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Nipepe

Data: 28/09/2016

Perfil do Distrito de Nipepe

  1. 1.      Breve Caracterização do Distrito

1.1.Localização Superfície e População

 

O distrito de Panda Macia está situado a Sudeste da província de Niassa, tendo como limites, a Sul a província de Nampula, a Este a de Cabo Delgado, a Norte o distrito de Marrupa e a Oeste o distrito de Maua.

A superfície do distrito1 é de 5.019 km2 e a sua população está estimada em 36 mil habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 7,1 hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 42 mil habitantes.

A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1.1, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa. Com uma população jovem (46%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 93% (por cada 100 pessoas do sexo feminino existem 93 do masculino) e uma matriz rural acentuada.

 

Clima Relevo e Solos

Climaticamente a região é dominada por climas do tipo semi-árido e sub-húmido seco. A precipitação média anual varia de 800 a 1200 mm, enquanto a evapotranspiração potencial de referência (ETo) está entre os 1300 e 1500 mm.

Em termos da temperatura média durante o período de crescimento das culturas, há regiões cujas temperaturas excedem os 25ºC, embora em geral a temperatura média anual varie entre os 20 e 25ºC.

Corresponde ás terras de altitudes compreendidas entre os 200 e 500 metros, de relevo ondulado, interrompido de quando em quando pelas formações rochosas dos “inselbergs”. Fisiograficamente a área é constituída por uma zona planáltica baixa que, gradualmente passa para um relevo mais dissecado com encostas mais declivosas intermédias, da zona subplanáltica de transição para a zona litoral.

O escoamento superficial é lento e difuso para além de poder ainda beneficiar da contribuição do fluxo de água subterrânea, principalmente nas zonas cujos depósitos apresentam textura grosseira e arenosa. Estas unidades de terreno são ainda características das áreas mais planas ao longo dos divisores de água dos rios.

A fisiografia é dominada pela alternância de interflúvios e os vales dos rios que, devido á sua largura, profundidade e posição (em relação aos rios), poderão alternar com dambos. Os vales dos rios são dominados por solos aluvionares (Fluvisols), escuros, profundos, de textura pesada a média, moderadamente a mal drenados, sujeitos a inundação regular.

Nos dambos encontram-se solos hidromórficos de textura variada, desde arenosos de cores cinzentas, arenosos sobre argila a solos argilosos estratificados, de cor escura (Mollic, Gleyic e Dystric Gleysols, e Haplic e Luvic Phaeozems).

Os topos e encostas superiores dos interflúvios são dominados por complexos de solos

vermelhos e alaranjados (Rhodic Ferralsols, Chromic Luvisols), e amarelos (Haplic Lixisols e Haplic Ferralsols). A maioria dos solos apresentam texturas média a pesada, sendo profundos, bem a moderadamente bem drenados.

Nas encostas intermédias dos interflúvios os solos variam de cor, desde solos com cores pardo-acastanhada a castanho-amareladas, moderadamente bem drenados, com textura argilosa.

 

1.2.Economia e Serviços

A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de três sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona

planáltica baixa onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e a produção de arroz pluvial nos vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives.

O segundo sistema de produção é dominado pela cultura pura de mapira, ocasionalmente consociada com milho e feijão nhemba. As culturas de mexoeira e amendoim podem aparecer em qualquer uma das consociações. A mandioca é a cultura mais importante em termos de área e é cultivada tanto em cultivo simples, como em cultivo consociado com feijão ou amendoim.

O algodão corresponde ao terceiro sistema de produção, e constitui a principal cultura de rendimento da região. Os três sistemas de produção agrícola aqui descritos ocorrem em regime de sequeiro.

O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e algumas infraestruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

A madeira é utilizada como material de construção e fonte de combustível. As árvores de fruta mais abundantes no distrito são as mangueiras, as papaieiras, as bananeiras, os

cajueiros, os limoeiros, as laranjeiras, as tangerineiras e os pessegueiros, além de outras

espécies nativas, com designações locais.

A caça constitui um suplemento dietético para as famílias. As espécies mais caçadas com este fim são pequenos antílopes, o chango, o coelho, a pala-pala, o porco-do-mato e

diversas aves.

A pesca, embora não seja uma actividade de rendimento muito importante, proporciona

peixe fresco e seco para alimentação.

A pequena indústria local (pesca, carpintaria e artesanato) surge como alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade.

 

1.3.História Cultura e Sociedade Civil

O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital presidido pelo Administrador Distrital.

Em 2011 o CCD aprovou 85 projectos de iniciativa local. No Distrito funcionam 2 Conselhos Consultivos dos Postos Administrativos, presididos pelo respectivo Chefe do

Posto Administrativo. No seu funcionamento participativo estes envolvem os membros dos 5 Conselhos Consultivos de Localidade.

A população, devidamente mobilizada pelas autoridades comunitárias, participa activamente na abertura de estradas terciárias, que tem facilitado o escoamento dos excedentes agrícolas, na construção de escolas com material precário, casas para alguns Presidentes das Localidades e enfermeiros, na conservação de fontes de água, na denúncia de malfeitores e na localização de terrenos para vários fins socioeconómicos e culturais, sempre que necessário.

A religião dominante é a Católica, praticada pela maioria da população do distrito. Existem outras crenças no distrito, sendo prática corrente que os representantes das hierarquias religiosas se envolvam, em coordenação com as autoridades distritais, em várias actividades de índole social.

 

1.4 Demografia

A superfície do distrito3 é de 5.019 km2 e a sua população está estimada em 36 mil habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 7,1 hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 42 mil habitantes.